Em tempos que já lá vão
Moisés foi dos primeiros
Mas escravatura existe
eu vos digo companheiros
Começou nesse tempinho
em que a chibáta era usada
Mais tarde veio o chicóte
para bater noutra manada
Hoje em dia não há tronco
nem chicóte nem chibáta
nem correntes para prender
mas a malta anda acorrentada
Pensando muito bem nisso
até nas próprias correntes
Hoje andamos acorrentados
nos pés nas mãos e nos dentes
Os donos são sempre os mesmos
só que mudaram de estilo
para não terem capatazes
vão-nos dando isto e aquilo
Mas as continhas para pagar
com aquilo que nos dão
para chegar ao fim do mês
isso não dá, não dá não
Como vivemos então!?
se isto não é escravatura
talvez seja bém pior
pois temos de sair para a luta
Antes estava a família
junta mas acorrentada
hoje separam-nos a todos
pai, filhos e a mulher coitada
Antes de Cristo eram brancos
foram os pretos mais tarde
hoje somos todos escravos
desde a tenrinha idade
Cada um no seu cantinho
demanhã até à noite
fazendo tudo certinho
esperando que a noite volte
Até pensando às vezes
que somos uns campeões
por termos um carro à porta
só que não temos tostões
É mesmo assim que eles querem
esses senhores querem troca
pagamos tudo a dobrar
e não fazemos revolta
Há galos por aí no poleiro
que roubam tudo de novo
até matam pintainhos
não os deixando sair do ovo
Depois eles dizem gritando
que todos podem estudar
mas ter dois filhos na escola
tem que se soar, soar, soar
Se não é escravatura
digam-me lá meus senhores
porque é que uns trabalham
quando outros roubam e são uns dótores
Uns vivendo na miséria
dia a dia a trabalhar
enquanto dótores sacanas
andam por aí a roubar
Não é só em Portugal
os galos mandam no mundo
fazendo de nós escravos
batendo-nos sim; cá no fundo
Roubando e explorando
vejam ao que isto chegou
Pergunto aos meus amigos:
__ A ESCRAVIDÃO ACABOU?
Desculpem isto é um desabafo
Mas a escravatura não acabou não!!!
Frádigas CjM
Moisés foi dos primeiros
Mas escravatura existe
eu vos digo companheiros
Começou nesse tempinho
em que a chibáta era usada
Mais tarde veio o chicóte
para bater noutra manada
Hoje em dia não há tronco
nem chicóte nem chibáta
nem correntes para prender
mas a malta anda acorrentada
Pensando muito bem nisso
até nas próprias correntes
Hoje andamos acorrentados
nos pés nas mãos e nos dentes
Os donos são sempre os mesmos
só que mudaram de estilo
para não terem capatazes
vão-nos dando isto e aquilo
Mas as continhas para pagar
com aquilo que nos dão
para chegar ao fim do mês
isso não dá, não dá não
Como vivemos então!?
se isto não é escravatura
talvez seja bém pior
pois temos de sair para a luta
Antes estava a família
junta mas acorrentada
hoje separam-nos a todos
pai, filhos e a mulher coitada
Antes de Cristo eram brancos
foram os pretos mais tarde
hoje somos todos escravos
desde a tenrinha idade
Cada um no seu cantinho
demanhã até à noite
fazendo tudo certinho
esperando que a noite volte
Até pensando às vezes
que somos uns campeões
por termos um carro à porta
só que não temos tostões
É mesmo assim que eles querem
esses senhores querem troca
pagamos tudo a dobrar
e não fazemos revolta
Há galos por aí no poleiro
que roubam tudo de novo
até matam pintainhos
não os deixando sair do ovo
Depois eles dizem gritando
que todos podem estudar
mas ter dois filhos na escola
tem que se soar, soar, soar
Se não é escravatura
digam-me lá meus senhores
porque é que uns trabalham
quando outros roubam e são uns dótores
Uns vivendo na miséria
dia a dia a trabalhar
enquanto dótores sacanas
andam por aí a roubar
Não é só em Portugal
os galos mandam no mundo
fazendo de nós escravos
batendo-nos sim; cá no fundo
Roubando e explorando
vejam ao que isto chegou
Pergunto aos meus amigos:
__ A ESCRAVIDÃO ACABOU?
Desculpem isto é um desabafo
Mas a escravatura não acabou não!!!
Frádigas CjM
Concordo amigo Candido
ResponderEliminarcontinuamos escravos sim
abraço amigo
Ana Dias
Não acabou não, e cada vez somos mais escravos
ResponderEliminarManuel Luis
Obrigado Cândido por este retrato da nossa civilização , infelizmente verdadeiro e deprimente ! Um abraço
ResponderEliminarAnibal Esteves
Apesar de ter um um excelente genro medico especializado em medecina interna, eu concordo plenamento com a sua poesia. A escravidão e a discriminação continua no mesmo. Eu vejo isto no dia a dia a aqui onde trabalho. O mundo só está mais sufisticado mas nada trocou. Bom trabalho, lindo desabafo, obrigada por ter abrido o link. E sempre um prazer ler a sua poesia.
ResponderEliminarLucia Agulha Dias